Lírico

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Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

11 de junho de 2012

Sapiência




“Sabes, por vezes acordo, bem de manhãzinha, olho o relógio e o Sol que me entra pela janela e digo: “Que belo dia!”; ao deitar, penso: “Porque acordei sequer?”

Há dias em que até respirar dói, até o ar corrompe. As nuvens não estão suficientemente negras para que me possa expressar. Queria dormir, dormir, levitar, deixar-me ir num sono profundo, acabadinho de morrer, até ao infinito, acordar lentamente, daqui a milhões de anos, talvez mais. E que chova! Oh, o quanto eu quero que chova! Ninguém notaria o meu rosto já cheio da tristeza do outrora. Não me perguntes por mim, não te sei responder. Não quero estar aqui. E caminharei, voltarei, um dia, apenas talvez.

E me calo e me canso de profundamente tentar explicar o que jamais alguém conseguirá perceber. Sou eu, eu num eu que eu não conheço, disfarçada de ti, fugindo da luz que me tenta aquecer.”

Inácia Amarguras

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