Lírico

A minha foto
Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

7 de novembro de 2009

Arco-íris


De tudo o que disse, nada foi em vão. De tudo o que sonhei? Repito: nada foi em vão. Nada vai e vem sem aviso prévio. Tudo tem uma razão de ser, uma simples abreviatura designada por sim e retorquida por uns quantos “nãos”. A vida é feita disto; esperas e desesperanças trancadas em mentes possuídas pelo pó dos maquiavélicos fantasmas que nos consomem, que nós próprios criamos e deixamos dilatar.
Não esperes, não desesperes! Vem para junto de mim afastar estas labaredas que me transformam no fogo reflectido em teus olhos. Vem! Vem cruzar o meu caminho com o teu e atravessar o rio de tempo que me atravessa.

O que digo pouco me importa, pouco te deve importar. Mais do que as palavras existem silêncios; mais do que rimas, mais do que insignificantes rumores vive em mim um entrave constante em te ter e te perder. O medo consome os fracos, a coragem apenas cabe nos mais fortes! As ilusões diluem-me os pensamentos, prendem-me o simples malabarismo de sentir, de fantasiar os olhares e as brincadeiras infantis, os risos e as palavras doces ao ouvido.

Quero voar, correr e não mais parar! Anseio a vida e ignoro os dias que somam à minha morte. Olho o arco-íris e esse espectro esperançoso difunde o que mais preciso de sentir, o que de mais belo poderia encontrar. Encontrei-te! És o arco-íris e em cada cor representas mais que uma marca, mais que uma síntese das memórias que em ti e só em ti serão gravadas. O fim está longe de começar; o inicio, esse, está muito longe de chegar ao fim.

Desenho: Alexandra Ramos
Texto: Bárbara Patrício