Lírico

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Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

27 de agosto de 2009

Esconde o sono, realiza um sonho!

Olha-me nos olhos, digitaliza-me a mente. Agarra minhas mãos e sente um leve arrepio, um breve desvanecer. Leva-me contigo para longe, ainda hoje. Encurtei as palavras para que mais fáceis se tornassem de ler. Assimilei passados afim de obter (re) começos. Pensei, dormitei, sorri e chorei… Uma ideia surgiu, um sentimento cedeu finalmente: queria tréguas!
Pedi-te o mundo para que o pudesse virar do avesso. Questionei-te sobre a luminosidade lunar mas a Lua supostamente não reflectia, nem interessava. Teria de esperar, era ainda bem novinha e cheia demoraria a ficar. É um ciclo vicioso este de morrer nascendo, brilhando sumindo!
Realmente falei-te dos anéis de Saturno, na esperança que coubessem num dedo. Não apenas calaste, viraste costas! As palavras não te flúem. Odeia-las por mostrarem o que não queres ver, o que irreversivelmente se perderá!
Haverá fantasmas em Mercúrio? Talvez carbonizados demónios. Pensando bem, só sentes no Ártico: onde a dor congela e entra em esquecimento. Não te recordas é que congelada, ela permanece eterna. Os calorosos diabretes te perseguem fazendo acontecer uma estrondosa dança de descongelamento! Amenizar tem os seus perigos mas as vantagens compensam. Agora que me debruço no fogo reparo que raramente deixaste de ser um bloco de gelo.
Frio, sólido, aprisionado, sem palavras… fecho os olhos na esperança de saber a verdade, a sonhar com o dia em que deixarás de ser um simples vento gelado que me aquece e arrefece. Gotejas agora, derretes depois. Escondes-te no infinito do oceano para que não mais te possas fazer sentir. Grita desejos, afirma teus quereres! És alguém, demonstra-o! Liberta-te das redes que prendem tua alma às profundezas daquele inferno! Sobe a montanha, respira o ar rarefeito e sente o bater exagerado de uma bomba que tende a não parar: acima de tudo, sente!