Lírico

A minha foto
Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

8 de janeiro de 2014

Moon river





Não há nada pior do que vaguear. Ou melhor. Ter um rumo é péssimo. Ou essencial. A rotina cansa. Ou é apenas uma questão de perspetivas. Os opostos são intrigantes. Ou simplesmente são o que têm de ser. E agora?
Considero-me uma pessoa miserável. E pior do que isso: sei que, infelizmente, no fundo, todo o mundo o acha também. Não por palavras, essas quase nem compreendo. A arte da comunicação verbal não se propaga em pessoas como eu. Mas por gestos. Aqueles olhares reprovadores são a agonia da minha curta (espero) existência. E tudo porque o meu teto é o céu enquanto o teu é apenas um frágil véu quebradiço.
Um dia, ele irá partir. Com ele, levará quase tudo o que és, quase tudo que chamas teu. E eu, erguerei os olhos e contemplarei o magnífico sol a bater me na face. Oh, meu céu, meu teto, meu lar, minha guia, minha inspiração, tão luminescente durante o dia e tão enigmático à noite, ao luar.


Um sem abrigo ao abrigo da Lua

Bernardo Mundo-ao-Léu

4 de janeiro de 2014

Permeabilidade



É tudo tão frio e inocente, tão triste e confuso, tão paradoxal e sem brilho... Ninguém ouve, ninguém vê, já ninguém sente. Olho à minha volta, bem em torno do Sol que nem existe e rodeio-me de pequenas esperanças que se esvaem num só instante. Afinal não. Nada se infiltra em mim. Estou impermeável.


Quadro de Leonid Afremov 

3 de janeiro de 2014

MMXIV


Que 2014 traga tudo aquilo que 2013 não trouxe e que leve o que está a mais.

Bom Ano!