Não há nada
pior do que vaguear. Ou melhor. Ter um rumo é péssimo. Ou essencial. A rotina
cansa. Ou é apenas uma questão de perspetivas. Os opostos são intrigantes. Ou
simplesmente são o que têm de ser. E agora?
Considero-me
uma pessoa miserável. E pior do que isso: sei que, infelizmente, no fundo, todo
o mundo o acha também. Não por palavras, essas quase nem compreendo. A arte da
comunicação verbal não se propaga em pessoas como eu. Mas por gestos. Aqueles
olhares reprovadores são a agonia da minha curta (espero) existência. E tudo
porque o meu teto é o céu enquanto o teu é apenas um frágil véu quebradiço.
Um dia, ele
irá partir. Com ele, levará quase tudo o que és, quase tudo que chamas teu. E
eu, erguerei os olhos e contemplarei o magnífico sol a bater me na face. Oh,
meu céu, meu teto, meu lar, minha guia, minha inspiração, tão luminescente
durante o dia e tão enigmático à noite, ao luar.
Um
sem abrigo ao abrigo da Lua