Lírico

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Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

5 de dezembro de 2009

Poeiras do não ser



O vento trouxe-me para ti como leva uma areia ao mar. Não sei que diga, que faça. Gesticulo pequenos gestos quedos e mudos. Não sei a resposta, não: eu não reconheço a chuva. A areia se envolve no mar e se torna parte de seu interior, parte da vida de quem tão grande era, tão majestoso é. Que significam esses grandes olhos cor-das-trevas que me enfeitiçam e me levam à tua batalha?
Queria certificar-me do que aqui dentro se remexia, se criara a partir do tempo. Presa debaixo de uma rocha, perdida na friorenta camada de pedregulhos dispersos ao longo de infinitos pares de começos. Aí, teus espelhos reflectiram toda a escuridão.

Agora percebo a cor de teus olhos: possuem as trevas que absorveste do lugar onde me encontrava. Tudo se torna demasiado claro. Já não sei dizer que não sei e nem sei se sei se te dissera mas direi o que souber e daí só quero que me digas o que te vai na alma, no pensamento em questão.

Vou parar de dizer não: enviar as sombras para longe, bem para dentro dos teus olhos. Cada vez que o teu olhar me alcança sou purificada, elevada a rainha, tua rainha. O vento levará o tempo e enquanto houver movimento haverá circunstância. Segue a estrela polar, rema para norte, no cimo da montanha me encontrarás de alma vazia, já sem inspiração ou pensamento algum.

Preencher-me-ás. Te ficarei agradecida, te reconhecerei o privilégio e serás honrado e para sempre bendito. Viva o tempo que me levou à escuridão; viva o sol que me trouxe de novo a calmaria e o cheiro a água salgada. Viva eu, viva tu, vivamos juntos. Não para que a morte chegue: para que a vida não passe facilmente despercebida entre nossas memórias.

Se um dia chamares por mim e eu não tiver minhas mãos envoltas nas tuas, olhas as estrelas, entrelaça-as e escreve o meu nome no céu. Eu especularei e irei a correr para teus braços. Gostava que fossemos um, apenas um e só um ser. Assim sabia que nunca me irias perder. Assim sabia que nunca te iria perder. Sei que terei sempre o teu pensamento, o teu refúgio, o teu amor a meu lado.

Não voltaríamos a sucumbir. Seria difícil desmoronar-nos. Estaremos juntos, estaremos fortes, estarei impune ao mundo das trevas que absorveste com esse teu olhar radiante.

Só te peço: Leva-me para longe de mim, para bem perto de ti!

12 comentários:

Helena disse...

Adorei :)

Marilena R. disse...

que giro *

Anónimo disse...

Tens um dom! O dom de escrever. Mas não é escrever coisas ao mero acaso e sem importância, mas sim coisas lindíssimas e com verdadeiro sentimento!!
Tens o amor à escritaa! :D

Bárbara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Bom texto xD

Fábio

Continua assim

Fábio disse...

Bom texto Barbara continua assim ve-se bem k adoras escrever

bj

Maria Papoila disse...

escreves mesmo bem *.*
parabéns (: *

Maria Francisca disse...

Adorei. A última frase está super bonita. *

Anónimo disse...

Está muito bonito rapariga...

Beijo e Boas Entradas x)

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


TE SIGO TU BLOG




CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...


AFECTUOSAMENTE:
FEELINGS


DESEANDOOS UNAS FIESTAS ENTRAÑABLES OS DESEO FELIZ AÑO NUEVO 2010 Y ESPERO OS AGRADE EL POST POETIZADO DE LA CONQUISTA DE AMERICA CRISOL Y EL DE CREPUSCULO.

José
ramón...

Fernando Tavares disse...

Fantastico!! Nunca pares de escrever.
***

Tati Campêlo disse...

Estou divulgando meu novo blog
www.gastronomiaefotografia.blogspot.com
Se puder da uma passada lá!

Atenciosamente
Tati