Lírico

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Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

23 de janeiro de 2011

Replay


Começou. Entrei no reino da música. Danço com leves e majestosos passos. Algo me fez parar no tempo, na melodia… apareceste!
Pegaste em minha mão, levaste-me para além de tudo o que já conheci. Transportaste o teu mundo para o meu: o reino contido nos teus olhos combina perfeitamente com o meu, cheio de ritmo, sonho, paz. Fazes-me rodopiar, devagar. Todos os meus movimentos são guiados por ti e a minha silhueta é comandada pelas tuas mãos suaves e quentes. Projectas o teu futuro em mim cada vez que me olhas. Deixas-me num estado de espírito inseguro e inquietamente sublime. Tremo só de contemplar o modo como sorris, como vais proferindo os imensos vocábulos que expulsas do teu maravilhoso interior.
E novamente me rodopias, desta vez para bem junto de ti. Contemplamo-nos por longos, doces, eternos e apaixonantes instantes. Inocentemente, como que por curiosidade, cheia de receio, toco o teu rosto e decoro cada traço, cada pequeno pormenor único que me faz esboçar um sorriso permanente e fixo, me faz levitar e continuar a sentir a pele do teu rosto nas minhas mãos. És como o início de uma linha perfeita que nada restringe, que a nada cria barreiras ou obstáculos.
A minha alma ganhou vida no momento em que apareceste, simples, encantador. Continuas fazendo de mim a mais estupenda bailarina de sempre. Aos teus gestos me deixo guiar e vivemos a música como a própria vida. Levas-me para junto de ti e abraças-me, entrando em meu pensamento, em meus sentimentos, conseguindo desabar toda a dor, angústia e tédio. Pedes-me para dançar contigo outra e outra vez e o ciclo não cessa: somos seres rodopiantes sendo felizes num mundo conjugado e construído por ambos.
E eu continuo feliz, estonteantemente sorridente mas… algo me fez parar no tempo, na melodia… desapareceste!
[o melhor de voltar ao mundo normal é ter a perfeita consciência que tenho outro, imaginário, e que posso ir lá, sempre que quiser.]
Fotografia e texto: Bárbara

4 comentários:

Maria Inês disse...

Para mim, o melhor ..

Sergio disse...

É sempre assim, é inevitável o momento de acordar para outra realidade. E a vida continua... E quando lá chegamos, nos perdemos outra vez. É o Replay nosso de cada dia. Mas sem tais asas, o viver é uma vã existência. Bjs!

Anónimo disse...

que coisa mais linda :)

Anónimo disse...

Obrigada :')