Lírico

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Greenland
Toda eu sou alma. Todo eu sou frio, branca como a neve. Toda eu sou sonho, céu, nuvem. Toda eu sou girassol. Toda eu serei tua, se assim o entenderes.

7 de novembro de 2010

Perdurar?

Cada vez mais as palavras me odeiam. Não aquelas que ficaram por dizer mas as que proferiste sem pensar em futuros. É recíproco! Assim me perco e não me encontro no meio de tanto tempo que para ti não passou de meros segundos onde me enviavas os mais emotivos vocábulos. Mas qual a duração do próprio tempo, desse compartilhado passar de espaços? A mente está desabitada pelos bichinhos que antes lhe administravam a vida e a existência, a alma encontra-se inundada de inutilidade.
A Lua ausentou-se. Agora, jamais atinarei com o caminho. A energia expirou e os candeeiros fundiram as centenas de luzes intermitentes que agasalhavam a minha jornada. E aos poucos, tudo se evaporou… as ramificações daquele trajecto deram cabo de mim e assim te foste, tu e eu. Tu e tu e tu… este singular enganador que ainda me dá alento, pensando apenas nele, desobedecendo à pluralidade dos porquês que me são enviados a toda a hora, a todo o momento, pela parte mais ingrata do meu ser. Longe, fica longe. Exijo quietude.
Sorri, exterioriza-te, comanda a chuva e liberta os raios de Sol no paraíso do teu jardim. Rega as ideias, colhe os projectos, cultiva a mente e enterra o futuro. Esse lá virá. Porquê cogitar nele? Debaixo da relva há sempre mais uma oportunidade para ser feliz. Diminutas, consumidas, vagarosas e efémeras, elas percorrem-me. Não como dantes, não exactamente iguais ao que eram, nada equiparáveis às extensas, preenchidas e descomunais opiniões que anteriormente transitavam minha inspiração.
Inevitavelmente imagino. Não controlo, apenas vagueio sobre o assunto. Forçosamente considero o amanhã. A restante esperança que me cobre faz-me pensar que será preferível, os termos inverterão o seu sentido de volta ao ponto de partida, a imaginação se alimentará dos preciosos sorrisos que a partir de agora lançarei, novos, mais carregados de tudo e a alma se abarrotará de interpretações recém-nascidas.
O mundo insiste em circundar-se a si próprio e ainda não cessou a sua luta pela enorme labareda que aquece e ilumina. Porque hei-de eu suspender a minha?
Bárbara

4 comentários:

Unknown disse...

AMEI :o
esta maravilhosamente fantabulástico :D
<3

My dream, my reality disse...

Escreves mto bem, com bom vocabulario, e expressas ideias interessantissimas xD Parabéns

Isa de Almeida disse...

Que escrita tão boa, orgulha-te disso *

Miri* disse...

Muito Bom :)

A maneira como brincas com as palavras é inspiradora :)